SECÇÃO:
SociedadeUm dos prejudicados teve a sorte de ser ajudado por colegas e vizinhos
Moradores afectados por tornado não tiveram apoio material da Câmara de Salvaterra
Alguns moradores de Foros de Salvaterra afectados pelo tornado que assolou a freguesia há dois meses ainda não receberam qualquer ajuda da Câmara Municipal de Salvaterra de Magos. Isto apesar de, no calor do momento, a presidente da câmara, Ana Cristina Ribeiro (BE), ter-se mostrado preocupada com o facto de muitos dos afectados terem carências económicas e problemas sociais. Na altura a autarca garantiu que tinha trabalhadores na câmara a ajudar os afectados com mão-de-obra e materiais.
Um dos mais afectados foi Pedro Pinto, que teve um prejuízo de cerca de 12 mil euros. O morador, que viu destruída a sua estufa onde produzia alfaces que vendia aos supermercados para reforçar o magro orçamento familiar, ainda anda a recuperar a habitação que ficou com janelas partidas, portas arrancadas e telhados destruídos. Valeu-lhe a ajuda monetária dos colegas de trabalho, do patrão e vizinhos, sem a qual não conseguia reparar os estragos. Os colegas de trabalho fizeram um peditório que rendeu 1.700 euros. Verba que foi usada para comprar telhas novas e pagar uma parte das janelas da fachada da habitação que ficaram destruídas com a força do vento.
Pedro Pinto teve também a ajuda de um carpinteiro da localidade que ofereceu duas portas interiores para substituir as que ficaram danificadas. E explica que o seguro pagou 40 por cento dos estragos. Quanto à estufa, o morador estima o prejuízo em cerca de 30 mil euros e diz que não tem condições para a recuperar. Na empresa onde trabalha ganha cerca de 800 euros, a mulher aufere cerca de 400 euros como cabeleireira. O casal tem a seu cargo dois filhos e os pais de Pedro.
O MIRANTE questionou a Câmara de Salvaterra de Magos, via e-mail, há uma semana, para tentar saber que apoios foram dados aos moradores, mas até ao fecho desta edição não foi dada qualquer resposta. Recorde-se que o tornado atingiu 40 casas da freguesia na manhã de 30 de Setembro passado. Os populares descreveram o que se passou na altura como um momento de terror que durou quatro minutos. Caíram postes de electricidade e de telefones e a população ficou privada de energia eléctrica e comunicações durante algum tempo.
O Mirante 29 de Novembro de 2007