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quinta-feira, dezembro 01, 2005

"Água parece coca-cola"

Abastecimento público de Foros de Salvaterra não dá confiança aos consumidores

Água parece coca-cola


A cor acastanhada da água que sai de muitas torneiras em Foros de Salvaterra transmite insegurança aos consumidores.

O líquido que brota de muitas das torneiras em Foros de Salvaterra pouco se assemelha com água. Assim que Paula Salvador, moradora na freguesia, abre a torneira da casa de banho de sua casa para a reportagem de O MIRANTE, o branco do lavatório contrasta com o tom escuro do que deveria ser um líquido cristalino.

Para que a água comece a ganhar uma tonalidade mais condizente é preciso esperar que muitos litros sejam desperdiçados. Mesmo assim, poucos têm vontade de utilizá-la com confiança. Além de deixar manchas nos toalhões de banho, estraga a roupa que é colocada nas máquinas de lavar e mancha a loiça dos sanitários.

“A roupa fica como barro”, assegura Maria Manuela Oliveira, outra habitante da localidade, ao mesmo tempo que mostra uma garrafa pequena de plástico com um líquido negro retirado das torneiras de sua casa.

Na casa de Paula Salvador já se paga apenas o aluguer do contador. A água que abastece o agregado de quatro pessoas provém de um furo de familiares que moram ao lado. “Já enviei amostras ao presidente da junta. Também já as enviei a laboratório particular onde me informaram que a água é considerada potável, desde que contenha desinfectante”, refere incrédula. Diz mesmo que um morador já foi atendido no hospital por beber água alegadamente com excesso de cloro.

Os estabelecimentos comerciais também têm razões de queixa. No Pronto a Comer Bom Apetite, Ana Maria Felício reconhece que, no último mês, a situação melhorou, mas que é hábito receber líquido com tonalidade amarela.

Não muito longe, no restaurante Tira Picos, José Carlos Correia diz que o problema poderá estar nas condutas “que estão cheias de porcaria e quando se liga a água vem tudo atrás, além de notar-se que a água cheira a terra”, garante o empresário.

A situação arrasta-se há alguns anos, segundo vários moradores da localidade.

Junta de Freguesia de Foros de Salvaterra, Câmara de Salvaterra de Magos, assim como a delegada de saúde do concelho têm conhecimento da situação, dizem os moradores. Mas, apesar da qualidade da água, a factura continua a chegar ao fim do mês sem alterações.


Análises nada detectaram

A responsável pela área de Engenharia Sanitária da Sub-Região de Saúde de Santarém referiu a O MIRANTE que as análises microbiológicas efectuadas no concelho de Salvaterra têm estado dentro dos parâmetros da lei.

De acordo com Vera Noronha, apenas uma análise microbiológica efectuada na albufeira de Magos, a 30 de Agosto, registou um valor superior ao permitido. O que foi “contrariado” por análises feitas na Várzea Fresca e Granho Novo, ambas em 5 de Setembro, que se apresentaram conformes.

O mesmo sucedeu com análise realizada na escola de Foros de Salvaterra em 10 de Outubro. Nenhuma apresentou mais que as 200 microgramas por litro, o máximo estabelecido por lei em matéria microbiológica.

Adiantando não conhecer o caso em concreto, Vera Noronha aventa que uma situação possível poderá ser a acumulação de ferro nas condutas públicas ou das casas, apesar das análises efectuadas nada terem detectado.

Vera Noronha reconhece que as pessoas podem não confiar na água devido à sua cor mas que, se estiver dentro dos parâmetros da lei, é considerada potável. Anualmente são realizadas quatro análises microbiológicas e duas análises físico-químicas no concelho de Salvaterra de Magos.

O MIRANTE contactou a Câmara de Salvaterra de Magos para obter a sua posição sobre o assunto mas não obteve qualquer resposta às questões enviadas, via fax, até ao fecho desta edição.

Ricardo Carreira